Por entre montes e colinas
Querendo tocar o céu
Só ele sente
Os ventos frios do horizonte
Que passeiam ao seu redor
A brisa sussurra em seu ouvido:
- Anda, anda menino!
Vai tocar no sol, voa como um pássaro aprendiz
E vai encontrar a felicidade!
Ele anda, anda, anda
Até que o cansaço chega
E toma para si
Seu corpo tão franzino
Cada vez mais perto
E cada vez mais longe
Pára sozinho
E senta na sombra da pedra
A qual havia chutado outrora
Uma profunda tristeza sentida
E em seu pequeno coração
Apenas desesperança Meu Deus !
Como sofria aquela criança
Enquanto estático permanecia
Tão simples, mas tal qual a paisagem
Esperava pela chuva que caía
De seu rosto como se fosse lágrima
Sentiu o desespero da viajante tempestade
Que arrasta a tudo e a todos
Com seus gritos e indiferenças
Entre nuvens negras e trovoadas
Levantou-se como heróico aventureiro
E prosseguiu com medo e curiosidade
- Puxa! Quanta força de vontade !
Disse cada gota que rolava de seus olhos
Tristonhos
Brilhantes
Castanhos
E escuros
Sob um gesto de consolo
Sorriu sinceramente
E quando alcançou o ponto mais alto da montanha
Não sentia algo demais
Nenhum sentimento
Nenhuma diferença ou felicidade
Momentaneamente
Sentiu-se frustrado
E chorou...
Como se o trabalho de evoluir fosse em vão
E o resultado desse em nada Pensando na vida...
Em seu futuro, no presente e no passado
Pulou do topo do céu
Como um ser alado
Feliz ou infeliz
Tão somente desacreditado
Para o abismo do desconhecido...
Perdido
Sem mais
Sol
Colina
Ou ilusão
Percebeu que quem faz os sonhos somos nós
E descobriu os mistérios do coração
Tomou forma de anjo
E ascendeu ao universo
Tocou no sol
na lua
e nas estrelas
E encontrou a felicidade
Num lugar que não se pode fugir:
Na sua vida
No amor dentro de si
E acordou simplesmente
Para sonhar mais uma vez...
Autor: João Paulo Machado Silva
*Todos os direitos autorais reservados - Copyright
*Poesia registrada na Academia Paraense de Letras - 2005
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