segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Radicalismo do Amor




Coexistência. Palavra simples que denomina existência simultânea. Mas quando se tratam de religiões, a intolerância prevalece. Infelizmente vivemos uma espécie de contra-cultura contemporânea, que insiste no radicalismo. Vemos seitas suicidas, homens-bomba morrendo, matando e destruindo, atentados terroristas de várias espécies e naturezas, cuja a finalidade segundo seus seguidores, é sempre por uma "causa maior". Da mesma forma que somos vítimas, reagimos sob a velha lei humana: "se com ferro, feres, com ferro serás ferido", popularmente, "olho por olho, dente por dente".

Sou cristão e confesso, sou um defensor árduo de um radicalismo liberal. Como assim? Embora tais palavras soem antagônicas, elas são na realidade bem fundamentadas. Explico. Jesus Cristo foi exemplo do radicalismo mais liberal que a história já registrou.

Posso estar errado, mas minha interpretação da vinda do Messias, foi criar um novo padrão de comportamento para a raça humana. Um padrão de uma coexistência pacífica. Ele não fazia acepção de pessoas. Quando das muitas vezes afrontado, traído e agredido, reagia, de maneira contrária aos padrões até então impostos pela sociedade na época. "Misturava-se" facilmente entre as multidões, apesar da salvaguarda em relação aos oportunistas. Era crítico ferrenho dos hipócritas e isso talvez, tenha custado de maneira determinante, a sua própria vida.

Muitos não acreditam em Deus, e são ateus, outros não acreditam em nada e nem em ninguém, outros ainda somente acreditam se forem em mais de uma divindade, mas, o que realmente importa é o respeito que devemos ter para com o nosso semelhante. Certa vez o apóstolo Paulo, percorrendo a Grécia em suas viajens missionárias, deparou-se com a seguinte situação (Atos dos Apóstolos, capítulo 17, versículos 18 a 23):

Estavam pois, no Areópago, filósofos epicureus e estóicos, contedendo com Paulo por este estar pregando a Cristo e a Ressureição. Eis que Paulo, vendo o santuário dos atenienses, achou um altar, em que estava escrito: Ao Deus do Desconhecido. Oportunamente, disse: Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio.

Não houve discussão, não houve agressão física e nem mortes, ao contrário do que muitos acreditam e defendem, o Cristianismo prega a paz. Mas a paz que excede todo o entendimento. Portanto não cabe a nós compreender o radicalismo do amor de Cristo.

Este amor não tem denominação, religião, doutrina, prismas ou paradigmas diferenciados. Baseia-se tão somente na fundamental idéia de aceitar a Jesus como único e suficiente Senhor e Salvador. Não me parece muito, para uma vida eterna no paraíso.

Entretanto, muitas pessoas tem a visão equivocada de que aceitando a Cristo, terão a sua vida limitada, tendo que abrir mão de sua vida "secular". O mesmo apóstolo Paulo, fala em 1 Coríntios 6:12:

"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma".

E repete em 1 Coríntios 10:23, "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam".

Isto quer dizer que, não há obrigação nenhuma de deixar de lado uma vida de interação com a realidade deste mundo. As "coisas que não nos convém", são reconhecidas por nós mesmos num gradativo processo de autoconscientização. Quem convence é o Espírito da Santíssima da Trindade: "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (João 14:26).

Por enquanto é isso aí amiguinhos(as),

Um forte abraço

E fiquem com Deus!