
Apesar de toda tristeza, sigo adiante
Prosseguindo... vou avançando rumo ao horizonte
Outrora errante e agora um tanto mais incerto
O desfiladeiro roubou minha saída...
Mas não matou a minha essência...
Você bem que me falou da Salvação...
Do Alfa e do ômega
Do Caminho, da Verdade e da Vida
Agora, sem nenhuma forma definida,
Sou apenas um clarão acima daquele monte
Irradio insanidade
Inconformado com o breve e inevitável fim
Apenas lembranças distorcidas vagam em minha mente
Recordações dispersas de uma existência que ficou para trás
Sou a dúvida da vida e a certeza da morte inesperada
Tudo agora é irreversível
Imprevisível
Complexo
Desconexo
Sou a antíntese da imperfeição
Mais solitário que dantes
Sou apenas mais um relicário
Sobre àquelas empoeiradas estantes de mórbida nitidez
Meu universo em nada mais se transformou...
Incessantemente desfruto de um alívio imediato
E sobrevoo invisível na imensidão do céu...
Você não me vê
Mas eu vejo você
O medo é o rei que impera nas sombras da escuridão
Mas não se preocupe
Estou fora do seu raio de visão
Você pode achar que percebe minha presença
Pode arrepiar-se...
Mas mesmo assim sempre estarei sozinho...
Apesar de tudo não me desviarei do meu infindável caminho
Toda idéia foi desmaterializada
Todo sentido foi perdido
Sou um apenas um espectro viajando,
no raio de luz que te ilumina...
Por enquanto eu adormeço.
Até que algum dia...
Possamos ao menos nos reencontrar
E nos despedir só mais uma vez...
Autor: João Paulo Machado Silva
*Todos os direitos autorais reservados - Copyright